A Diretora de Políticas Públicas e Inovação do Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais (NEES), Alessandra Debone, participou da Semana Caldeira, realizada entre os dias 29 de setembro e 3 de outubro, no Instituto Caldeira, em Porto Alegre (RS).
O evento reuniu empreendedores, pesquisadores, gestores, líderes e estudantes em uma programação que abordou temas ligados à inovação, tecnologia e nova economia, com foco especial em inteligência artificial, transformação nos negócios e tecnologias emergentes.
Foram dez palcos simultâneos, mais de cem atividades e palestrantes nacionais e internacionais, proporcionando o compartilhamento de conteúdos inspiradores, encontros estratégicos e conexões com o ecossistema de inovação.
No dia 2 de outubro, Alessandra integrou o painel “O Papel das Big Techs na Formação de Profissionais na Era da IA”, parte da trilha “Educação para a Nova Economia”. O debate contou também com a participação de Flávia Freitas, da IBM América Latina; Paul Fain, jornalista do portal norte-americano The Work Shift; e Rodrigo Bessa, vice-presidente sênior e gerente-geral da Salesforce.
Durante sua fala, Alessandra Debone destacou o papel estratégico das grandes empresas de tecnologia na disseminação de cursos e programas voltados à formação em Inteligência Artificial. Segundo ela, essas corporações têm a capacidade de agir com rapidez e escala, desenvolvendo formações online e acessíveis, mas ainda enfrentam limitações de alcance e capilaridade em várias regiões do país.
“As Big Techs conseguem estruturar cursos de forma muito ágil, mas não conseguem chegar em todas as regiões por questões de acesso. É preciso que a educação pública também assuma esse papel de levar a formação em IA a todos os cantos do país”, ressaltou.




A diretora do NEES também chamou atenção para um desafio fundamental na base educacional brasileira: o baixo desempenho dos estudantes em matemática. “Não adianta investirmos apenas em cursos que vão formar pessoas para trabalhar com IA se ainda temos no Brasil problemas graves de alfabetização e de letramento matemático”, comentou Alessandra.
“Apenas 5% dos alunos do 9º ano do ensino fundamental têm nível adequado em matemática. Não conseguimos ensinar Inteligência Artificial e seus fundamentos se não estivermos com as habilidades básicas de raciocínio lógico e de matemática desenvolvidas”, observou.
A participação da diretora do NEES no evento reforça o compromisso do núcleo com a inovação, a equidade e a formação de professores e estudantes para a era digital, articulando a educação pública brasileira aos debates globais sobre o futuro do trabalho e das tecnologias emergentes.