Professor Ig Ibert Bittencourt conquistou Ordem Nacional do Mérito Educativo, destinada a personalidades que contribuíram de maneira excepcional para o desenvolvimento da educação no Brasil

Cerimônia de premiação aconteceu na sexta-feira, 16 de dezembro, em Brasília.

       A mais alta honraria pública da área educacional acaba de ser conquistada pelo professor e pesquisador Ig Ibert Bittencourt, um dos fundadores do Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais (NEES) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). A cerimônia de premiação da Ordem Nacional do Mérito Educativo aconteceu na última sexta-feira, 16 de dezembro, em Brasília.

“Foi incrível, muito emocionante. Passou um filme na minha cabeça: tudo pelo que lutamos, gastamos energia, viramos noites, não dormimos, viajamos de madrugada, nos desgastamos… No fim das contas, a gente vê que está no caminho certo, contribuindo com o país. É muito gratificante, estou muito feliz. Esse é um fruto do trabalho do NEES”, declarou o professor ao final do evento.

A Ordem Nacional do Mérito Educativo existe desde 1955 e tem por finalidade agraciar personalidades, nacionais ou estrangeiras, que tenham contribuído de maneira excepcional para o desenvolvimento da educação. A Ordem possui cinco graus: grã-cruz, grande oficial, comendador, oficial e cavaleiro. Bittencourt foi indicado pelo Ministério da Educação (MEC) para receber a condecoração no grau de oficial.

“Essa é uma honraria para todos os membros do NEES, que têm lutado incansavelmente, diuturnamente, para contribuir com a educação brasileira”, revela o professor da UFAL e pesquisador visitante da Escola de Educação da Universidade Harvard.

Bittencourt (segundo da esquerda para a direita) ao lado do ministro da educação, Victor Godoy (à direita do professor). À esquerda do homenageado está o secretário adjunto de educação básica do MEC, Helber Ricardo Vieira; e o último à direita é o secretário de educação básica do MEC, Mauro Rabelo.

Contribuições – A carreira de Bittencourt tem sido dedicada a investigar como as tecnologias educacionais podem promover aprendizagem e bem-estar de estudantes e professores. Nos últimos anos, trabalhando em conjunto com pesquisadores do NEES, atuou em prol de diferentes políticas e programas vinculados à educação básica, em parceria com o MEC, autarquias, Conselho Nacional de Educação e junto a diversos estados e municípios brasileiros.

Entre as principais contribuições destacam-se:

Em relação ao Programa Nacional do Livro e do Material Didático, tem contribuído com processos de transformação digital com o objetivo de melhorar a qualidade da avaliação, triagem e análise de atributos dos livros e materiais didáticos, precificação e avaliação de recursos educacionais digitais.

Bittencourt (primeiro à esquerda) ao lado da diretora de políticas e regulação da educação profissional e tecnológica do MEC, Joelma Kremer e do secretário de educação profissional e tecnológica do MEC, Tomás Dias Sant´Ana.

Trajetória – Filho de dois professores de música, o maceioense Bittencourt traz desde o berço o vínculo com a educação. Ainda no ensino médio, destacava-se nas ciências exatas e era chamado para dar aulas aos colegas. Depois, cursou Informática no Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC). 

Em 2005, foi aprovado no mestrado na UFAL, e passou a ser orientado pelo professor Evandro de Barros Costa no Programa de Pós-Graduação em Computação. Em 2006, durante o mestrado, Bittencourt conheceu outro mestrando: Alan Pedro da Silva. “A gente ficava de madrugada, só nós dois basicamente, programando e escrevendo artigos para submeter nos eventos. Ali, a gente já viu que queria criar algo juntos”. 

No ano seguinte, Bittencourt viajou para Los Angeles, nos Estados Unidos, e participou da maior conferência internacional de inteligência artificial aplicada à educação, a International Conference on Artificial Intelligence in Education (AIED). “Eu estava em um evento social lá, em um barco, conversando com dois japoneses, em inglês. Um dos japoneses perguntou: você é de onde? Eu disse: sou do Brasil. E aí o outro japonês falou: eu sou brasileiro.” E assim se deu o primeiro encontro entre Ig e Seiji Isotani, que fazia doutorado na Universidade de Osaka, no Japão. 

Bittencourt recebeu a honraria das mãos do ministro da educação, Victor Godoy.

“Por que só a gente estava ali? Começamos a discutir sobre a necessidade de trabalhar mais fortemente a pesquisa nacional na área de tecnologias educacionais. E a gente viu que nosso pensamento estava alinhado em relação à proposta de transformar a educação brasileira. Então, depois daquele evento, decidimos começar a trabalhar juntos”, recorda-se o maceioense.

Dali em diante, o sonho de impactar positivamente a educação brasileira foi, aos poucos, ganhando  vida. Em outubro de 2011, Alan e Ig já haviam terminado o doutorado e eram professores da UFAL, enquanto Seiji havia se tornado professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Foi quando decidiram se unir para criar o NEES, vinculado ao Instituto de Computação da UFAL.

De lá para cá, o Núcleo passou por um acelerado processo de crescimento. Nos últimos quatro anos, os recursos captados excederam 10 vezes o montante obtido nos primórdios da instituição. Atualmente, estão em andamento mais de uma dezena de projetos em parceria com o MEC, o Banco Mundial e o Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação(FNDE).

“Vamos continuar nesse caminho, persistindo e lutando para transformar a educação pública brasileira. Estamos totalmente comprometidos com isso e vamos continuar”, finaliza Bittencourt.

 

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do NEES

 

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