A Tela Brasil, plataforma de streaming público do Ministério da Cultura e que vem sendo desenvolvida pelo Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais (NEES), começará a ser testada em escolas públicas das cinco regiões brasileiras. Também em pontos de cultura. A plataforma vai conectar gratuitamente os brasileiros ao cinema produzido no País e deve ser lançada até o final deste ano.
O projeto piloto para avaliar e validar a implementação da tecnologia, a fim de observar aspectos técnicos e de mobilização, contemplará as redes estaduais de ensino do Piauí (Nordeste), Espírito Santo (Sudeste), Mato Grosso (Centro-Oeste), Acre (Norte) e Paraná (Sul). E se estende a mais de cem Pontos de Cultura espalhados por todo Brasil.
Além de democratizar o acesso aos filmes brasileiros, com a oferta gratuita de conteúdos audiovisuais (curtas, médias, longas-metragens, séries, novelas, videoartes e animações), o streaming público do governo federal será voltado para escolas, atendendo à Lei 13.006/2014, que prevê a exibição obrigatória de conteúdos audiovisuais nacionais nas instituições de ensino.
“A realização do projeto piloto é fundamental para garantir a adequação da tecnologia e para observar o acesso ao conteúdo audiovisual em diferentes contextos educacionais e culturais”, destaca o pesquisador Thiago Cordeiro, que coordena, no NEES, o desenvolvimento da plataforma.
“Mais que uma plataforma de streaming, a Tela Brasil é uma política pública cultural construída para democratizar o acesso ao audiovisual brasileiro, promover a inclusão e formar cidadania. Com a rede exibidora, escolas, bibliotecas, centros culturais e cineclubes tornam-se janelas abertas para o cinema nacional”, observa Thiago.
“Será um instrumento de transformação cultural e educativa que conecta territórios, valoriza identidades e forma novos olhares para o Brasil”, complementa o pesquisador do NEES.
TESTES
Cada rede de ensino estadual que participa do Projeto Piloto indicou até 20 escolas de ensino médio integral. “Além de observar como diferentes grupos sociais interagem com a tecnologia, o Piloto servirá para que possamos testar o desempenho e a estabilidade das funcionalidades desenvolvidas na plataforma”, explica a vice-coordenadora da iniciativa no NEES, Luciana Santa Rita.
Os conteúdos da plataforma foram organizados por formatos (curta, média, longa, obra seriada), gêneros (ficção, documentário, animação, experimental, videoarte), e contam com curadorias temáticas e categorias, atendendo desde a primeira infância até a juventude, com enfoques como cidadania, meio ambiente, cultura popular, direitos humanos, linguagem cinematográfica e artes.
FORMAÇÃO
Essa etapa da Tela Brasil, antes do lançamento oficial pelo MINC, contempla também formação, por meio da capacitação dos agentes culturais e educacionais para o uso da plataforma, com conteúdos sobre curadoria, mediação e navegação digital.
“Nesses encontros virtuais apresentamos a proposta do Projeto Piloto, convidando os diferentes atores a participarem do desenvolvimento da Tela Brasil, pois é justamente no momento de interação da tecnologia com seu público-alvo que podemos observar os processos importantes a serem incorporados na plataforma e na sua implementação após lançamento” afirma a Gerente de Políticas Públicas no NEES, Júlia Gabriele Lima da Rosa.
O time do NEES atua em várias frentes na criação da Tela Brasil. A plataforma mobiliza mais de 60 pessoas, vinculadas a cinco universidades e institutos federais, reunindo especialistas de diversas áreas. Todas as etapas de criação, funcionalidades, desenvolvimento e piloto do streaming tiveram pesquisadores do NEES.
