Pesquisadores do Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais (NEES) e do IA.Edu e a equipe que coordena a Cátedra UNESCO de Inteligência Artificial Desplugada estiveram em Paris, semana passada, para a Digital Learning Week 2025, organizada pela UNESCO.
Além de compartilhar resultados e pesquisas em andamento, as equipes participaram de reuniões estratégicas com OCDE, UNICEF, ProFuturo e Instituto Alana, fortalecendo parcerias em torno do futuro da educação digital.
O cofundador do NEES e do IA.Edu, Ig Bittencourt, apresentou o conceito de Inteligência Artificial Desplugada e o trabalho do instituto na democratização do uso da IA para enfrentar desafios educacionais, especialmente em contextos com restrições de recursos.
Realizado na capital francesa entre 2 e 5 de setembro, o evento teve como tema central “IA e o futuro da educação: rupturas, dilemas e direções”, reunindo especialistas internacionais para discutir os impactos e desafios da inteligência artificial na educação, abordando questões de equidade, ética e governança.
Além de Ig Bittencourt, estavam presentes, do NEES, a diretora de Políticas Públicas e Inovação, Alessandra Debone; e os pesquisadores Emanuel Queiroga, Cristian Cechinel, Carlos Portela, Ranilson Paiva , Thales Vieira e Paula Neto. Do IA.Edu foram Maria Alice Carraturi, cofundadora do instituto e Laura Nóra, coordenadora de operações do IA.Edu/Cátedra.






Inovação e colaboração global
As atividades tiveram início com a reunião da rede de Cátedras Unesco, incluindo a Cátedra AIED Unplugged, coordenada pelo IA.Edu. O Instituto de Inteligência Artificial na Educação é uma iniciativa dedicada a transformar a educação usando inteligência artificial, com a promoção de pesquisas, debates e o desenvolvimento de soluções para políticas públicas educacionais.
Ig Bittencourt participou como jurado do hackathon “Projetando sem limites: reimaginando as diferenças de aprendizagem com IA”, organizado pela Stanford Accelerator for Learning em parceria com a Alana Foundation e que premiou soluções inovadoras para inclusão de estudantes.
Treze projetos foram apresentados por equipes internacionais, e três iniciativas se destacaram: uma ferramenta de apoio à avaliação de leitura, um projeto voltado ao desenvolvimento criativo de alunos com autismo e uma solução para promover empatia e conscientização em comunidades escolares sobre a inclusão de estudantes com deficiência.
O segundo dia foi marcado pela apresentação da proposta de Inteligência Artificial Positiva na Educação (P-AIED), que defende o uso da IA para promover também bem-estar, engajamento e motivação dos alunos. O NEES também participou de encontros com a Open University, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e de painéis sobre IA em contextos de crise.
Contextos desafiadores
O IA.Edu apresentou a iniciativa AIED Unplugged, voltada a contextos com baixa conectividade, e destacou práticas de IA justa na educação, com foco em equidade e direitos humanos. “Apresentei, juntamente com Carlos Portela, a iniciativa AIED Unplugged, projetada para expandir as oportunidades de aprendizagem e reduzir as desigualdades educacionais em ambientes com recursos limitados”, explicou Ig Bittencourt.
Já os pesquisadores Cristian Cechinel e Emanuel Queiroga mostraram como modelos preditivos podem antecipar os riscos de abandono, guiados por princípios de equidade, transparência e direitos humanos. “Foram discussões importantes que moldam o futuro da Inteligência Artificial na Educação. Um evento que reforçou a importância de combinar ciência, ética e colaboração para transformar verdadeiramente a educação em todo o mundo”, afirmou o cofundador do NEES e do IA.Edu.