Seiji Isotani

Pesquisador do NEES e professor da Universidade de São Paulo (USP), Seiji Isotani concedeu entrevista para o Nexo Jornal. Falou sobre o impacto da inteligência artificial aplicada à educação. Também destacou a realidade de muitas escolas brasileiras e do Sul Global que não possuem infraestrutura tecnológica. E citou o que chama de “Inteligência Artificial aplicada à educação desplugada”.

Atualmente, Seiji Isotani está como docente visitante na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Ele e outros pesquisadores do NEES estão desenvolvendo ferramentas com o uso da inteligência artificial para ajudar justamente alunos e professores que dispõem de pouca ou nenhuma conectividade.

Segundo Isotani, é a partir dessa realidade que a “inteligência artificial aplicada à educação desplugada” é estabelecida, uma vez que locais carentes de estrutura e recursos podem ser beneficiados por estratégias que visam a redução do que o pesquisador chama de “divisão digital”, disse o pesquisador ao Nexo Jornal.

“Nós temos vários resultados mostrando os benefícios de você conseguir utilizar a inteligência artificial em locais com restrição de recursos, reduzindo o gap entre locais com alta infraestrutura e recursos e locais com pouca infraestrutura e recursos. Assim, o ideal é que a gente consiga fazer a redução do que a gente chama de ‘divisão digital’”, destacou Seiji Isotani.

Para o professor, essa “é uma grande oportunidade para o Brasil também se tornar líder em uma área da inteligência artificial aplicada à educação”, destacou na entrevista.

Um dos pioneiros no desenvolvimento de tecnologias educacionais interativas no Brasil, ele figura na lista dos 20 pesquisadores mais citados no mundo em suas áreas de atuação, segundo o Google Scholar.

Nos Estados Unidos, Seiji Isotani integra um grupo que desenvolve pesquisas, tecnologias e abordagens para melhorar políticas públicas no Brasil, mas que podem ser utilizadas em outros países com contexto semelhante ao brasileiro.